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Crítica – “Minha Mãe É Uma Peça 3” foca em emoção e extingue piadas gordofóbicas e homofóbicas

Brasil, Rio de Janeiro, MINHA MÃE É UMA PEÇA 3 - Foto: ©Marco Antonio Teixeira
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Foto: Marco Antonio Teixeira

Hoje chega aos cinemas a terceira parte de “Minha Mãe É Uma Peça”, a comédia de Paulo Gustavo em que atua como Dona Hermínia, inspirada em sua mãe.  O OA já viu e conta agora quais foram as suas impressões.

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O terceiro longa de uma das sequências de maiores sucesso nacional trás um diferencial em relação aos outros dois, que é usar mais a emoção do que a comédia. Pois agora a Dona Hermínia tem que aprender a lidar com os crescimentos de seus principais filhos bagunceiros, Marcelina (Mariana Xavier) que acaba engravidando e de Juliano (Rodrigo Pandolfo), que acaba se casando com o seu parceiro. Além claro de seu outro filho nome (ator) que não aparece muito em esta versão.

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Parando para analisar, “Minha Mãe É Uma Peça” é uma comédia que sempre buscou em um momento usar a emoção para mostrar a reflexão em que uma mãe passa. O segundo mesmo, que é o de maior sucesso da franquia até então, mostrou a dor da Dona Hermínia em lidar com os seus filhos saindo de casa, agora ela lida com o amadurecimento deles. É um processo que foi bem construído ao longo desses seis anos desde o lançamento do primeiro filme, porém, a história muda em usar mais a emoção do que a comédia em si. Para encerramento parcial de um ciclo no cinema (já que a continuação deverá ser em uma série no Globoplay) é válido, porém bastante arriscado, pois pode acabar gerando controvérsias de quem espera Paulo Gustavo fazendo rir toda hora.

Outra questão que vale ser destacada, as piadas e os trocadilhos feitos. Diferente dos outros dois filmes, o terceiro praticamente não há nada relacionado ao peso de Marcelina e a sexualidade de Juliano, o que ficou presente em outros dois, principalmente no primeiro. O foco das piadas agora são nos hábitos dos personagens, como a Marcelina sendo ecológica e também no de Dona Hermínia, ainda mais com seu ex Carlos Alberto (Edson Capri). Isso mostra um outro amadurecimento da saga, é possível fazer humor sem gordofobia e sem piadas homofóbicos à lá Zorra Total e até alguns programas atuais do Multishow. Poderia ter sido assim desde o primeiro, mas isso também vai de encontro com a discussão dos temas perante a sociedade.

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Aproveitando, vai um spoiler que já nem é mais tão spoiler assim depois da polêmica: o casamento de Juliano e o fato de não ter tido o beijo entre os personagens. É compressível o lado do Paulo Gustavo em não realizar a cena devido ao fato de agradar a parcela conservadora do filme e manter o seu público do longa na casa dos milhões – ou quiçá até mesmo questão de recursos, vide como foi a Ancine (Agência Nacional de Cinema) durante o ano, porém, em meio ao momento em que estamos vivendo, acho que o beijo gay entre os personagens traria a representatividade e a resistência que o meio LGBT precisa em meio ao audiovisual. Ficou uma cena típica “aceito casal gay desde que não haja beijo”, assim como foi diversas vezes em novelas outrora, mas o momento é outro. Entre arriscar e não arriscar, seria mais válido arriscar, pois agradar o público conservador com um casamento assim como foi o do Carlinhos Maia de “não ter beijo por respeito” não é válido para o momento em que estamos passando.

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