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Crítica – “Simonal” é excelente, tem bom elenco, mas falta história

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Hoje chega aos cinemas “Simonal”, a cinebiografia do cantor Wilson Simonal, interpretado no filme pelo ator Fabrício Boliveira.

Dirigido por (nome do diretor), o longa foca na história do Simonal a partir do início da vida adulta, ainda como cantor de uma banda junto com os seus amigos de bairro, sem ser descoberto pelo Carlos Imperial (um magnata da música nos anos 50 e 60 e que no filme é interpretado pelo Leandro Hassum). Assim foca por sua vida até o início da tentativa da sua volta aos palcos na década de 1980, após o episódio de ser chamado de “dedo duro” pelo jornal O Pasquim após ter seu nome ligado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social).

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Com foco no legado de sua arte (incluindo bons números musicais que são dublados) e na injustiça que lhe foi cometida, “Simonal” erra por não mostrar pelo menos um pouco dos últimos anos de vida do cantor – falecido em 2000 – o qual lutou pela sua inocência e tentou reerguer a sua carreira musical, chegando a se apresentar em pequenas boates e até mesmo churrascaria. Ainda na sua tentativa de voltar a sua grande cantor, Simonal chegou a lançar um CD em 1994 titulado de “A Bossa e o Balanço” (o último de sua carreira) e a aparecer em programas de TV como a “Escolinha do Professor Raimundo” e o programa de Silvio Santos. Não podemos também deixar de mensurar que nesse período, o “rei da pilantragem” desenvolveu um grave problema de alcoolismo.

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https://www.youtube.com/watch?v=PNjHfJQCYKU&t=223s
https://www.youtube.com/watch?v=ZzYM7XTnx94

Apesar deste erro, o filme consegue transmitir a sua mensagem claramente: a inocência de Wilson Simonal e que seu legado estará sempre presente no cenário musical brasileiro. Vale a pena assistir!

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Obs: Não podemos também deixar de mensurar que Wilson Simonal foi inocentado das suas acusações de “dedo duro” da ditadura por unanimidade pela OAB (Ordem de Advogados do Brasil) em 2003, três anos após a sua morte. O pedido de julgamento partiu da família do cantor. No dia de decisão, Caetano Veloso (um dos cantores no qual foi tido como deletado pelo Simonal) disse em entrevista a Folha de São Paulo não acreditar que o cantor tenha cometido isso.

“Assim que cheguei, os militares me interrogaram por seis horas e disseram nomes de artistas que os estariam ajudando com denúncias etc. Foram vários nomes. Eles queriam me amedrontar. O nome de Simonal estava entre eles. Parecia estar sendo usado como um nome fácil de parecer crível. Outros nomes, alguns muitíssimo menos críveis, foram lançados. Era um clima de blefe. Nunca contei isso. Não acreditava e, mesmo quando desconfiava, não queria fazer o jogo dos opressores que usavam nomes de colegas meus” – disse o cantor baiano, sem revelar os nomes dos colegas.

https://youtu.be/9zZw9-9UTx0
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