
Jorrava sangue no couro, ela gritava
‘Socorro! Será que é hoje que eu morro?
Nem consegui despedir
do meu rebento na barriga.’
O carro corre e ele grita:
“Calma Bia, não duvida,
a gente vai sair daqui!”
Um homem e uma mulher
No banco branco de um Opala
Do volante ele tentava
Quase que sem sorte, acalmá-la.
Uma bala transpassou seu corpo
Na barriga, e ela gemia de dor
pedindo a Deus pela vida de sua filha.
Dois brasileiros e um bebê no ventre
Um roubo que terminaria em tragédia
Como quase sempre.
Mais um sonho de criar uma família amassado.
No banco sujo ela relembra meses no passado.
Beatriz tomou barriga de
José Pilantra, seu amor.
Zé chorou: “Como é que eu vou cuidar?
Não vou por criança pra sofrer.
Filho meu fome não vai passar!”
Por mais pistolas e cansaço
Entraram no banco da Sé
Mandaram colocar no saco
Todo dinheiro que eu [???]
Jorrava sangue no couro, ela gritava
‘Socorro! Será que é hoje que eu morro?
Nem consegui despedir
do meu rebento na barriga.’
O carro corre e ele grita:
“Calma Bia, não duvida,
a gente vai sair daqui!”
Um homem e uma mulher
No banco branco de um Opala
Do volante ele tentava
Quase que sem sorte, acalmá-la.
Uma bala transpassou seu corpo
Na barriga, e ela gemia de dor
pedindo a Deus pela vida de sua filha