
Um veterano dos palcos, Di Ferrero está lançando mais um passo de sua carreira solo. Conhecido em todo país pelo sucesso estrondante da banda NX Zero, o cantor vive novo momento após o tão aguardado retorno da banda, que lotou duas vezes o Allianz Parque no ano passado.
O cantor que começou a carreira solo logo após o fim da banda, em 2018, mas lançou seu primeiro álbum apenas em 2022, pós pandemia.
Mas antes do sucesso, Di passou por diversas bandas. Com certeza de seu talento desde criança, nunca houve uma segunda opção. Ferrero tinha a certeza que queria ser cantor. “Eu amo tocar com o NX, amo tocar solo, amo tocar com outros amigos, outras bandas. Eu cresci nisso, eu canto desde os seis anos de idade, aos sete, oito anos. Nove anos eu estava lançando o clipe, fazendo single, música, fazendo tour com dez, doze anos. Tinha uma banda na igreja e tal, aí depois saí. Depois eu tive mais de dez bandas antes do NX. É tipo assim, eu nunca nem tinha um plano B, sabe? Nunca pensei em fazer outra coisa.”
Em busca de se encontrar, Di gravou até mesmo com um alter-ego. “Eu não sabia nem o que eu ia fazer, eu estava com a ideia de morar fora. E eu fiz um álbum como alter-ego, que se chama José, gravei com a Emicida, com a Mahmundi, com o Paulo Miklos, com o Rael, fiz e nunca lancei”, diz Di.
Agora, mais maduro e cheio de coisas para falar, Di Ferrero chega com o EP “7”, que é mais como um desabafo sobre os últimos acontecimentos de sua vida. O nome se dá pela simbologia do número que é espiritualmente rico e carregado de diversos significados. “Mas o que mais me apeguei, na verdade, é o horário. Às sete horas, mais ou menos, é aquela hora do dia que o dia tá acabando, a luz tá diminuindo, aquele azul depois do pôr do sol e vai começando a noite. Então é uma hora muito legal, contemplativa, e o EP tem essa cor.”
“Eu sou bem visceral nas coisas, sempre fui, né? Eu sempre desabafo, tipo assim, a minha válvula de escape é a música, sabe? Eu sempre quero ser bem real, bem sincero mesmo, assim. E as últimas coisas que aconteceram comigo, justamente, foram os temas dessas músicas, né?”, comenta Di.
“Por exemplo, o som da desilusão é uma desilusão que eu tive de amizades e tal, de coisas que eu… de pessoas que eu confiava, acreditava. E desilusão todo mundo tem, ou já teve ou está tendo. Não é um privilégio meu, mas eu consegui colocar isso no som. Só que eu contei essa história de uma forma, pô, com groove dançante. Então não é uma música triste, assim, ela é pra frente.”, conta sobre a canção “O som Da Desilusão”.
As músicas se entrelaçam e se completam. Em “Além Do Fim”, Di questiona o que sobrou além do fim de uma história. “Então tem várias questões, assim, do que sobrou depois de tudo, né? A gente se identificava nas qualidades, nos defeitos e tal. í agora aconteceu isso e o que sobrou além do fim, o que tem. Aí depois de além do fim, vai direto para o universo paralelo, que é as coisas que você podia ter feito. Tipo, e se eu tivesse feito isso, e se eu tivesse feito aquilo e tal? Então eu consegui contar uma história, assim, com as músicas.”, completa ele.
Em “O Som Da Desilusão”, Di comenta que fez as pazes com a solidão, embora ele ache que esse trabalho não tenha sido guiado por esse sentimento, mas que por um momento em sua vida, ele já foi. “Essa coisa de você precisar de alguém pra achar que vai ser feliz, e precisar de alguma pessoa pra estar bem, que é uma questão ali que, no momento da vida, a gente tem que superar, porque a nossa companhia já basta. Isso é fugir da gente mesmo, muitas vezes. A gente foge da gente mesmo porque a gente não quer respirar e olhar um pouco, e não quer viver um pouco do silêncio, porque o silêncio é ensurdecedor, você não tá bem resolvido. Então é mais ou menos essa questão da música, das pazes com a solidão. Com certeza, eu não conseguia ficar sozinho e buscava rolê, festa, pessoas que não faziam sentido e tal, que tem a ver com a desilusão, que é o som da desilusão.”
Com produção de Felipe Vassão e Bruno Genz, com letras de Di Ferrero e Bruno Genz e instrumentos de Di Ferrero, Renan Martins, Bruno Genz, Felipe Vassão e Rick Machado, o projeto é muito coeso e um respiro pro rock nacional. “Deu para ver que o Di estava buscando algo diferente, desde a primeira conversa
que tivemos. As decisões que tomamos no EP teve muito a ver com isso. Quais são essas outras facetas do Di que os fãs ainda não viram”, diz Felipe Vassão.
Acompanhando as músicas, será lançado três visualizers, gravados em plano-sequência, que juntarão as três canções em uma só – compondo uma trilogia. Assinadas por Bruno Bock (Som da Desilusão) e César
Ovalle (Além do Fim e Universo Paralelo).