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Crítica – ‘Sérgio’ mostra Wagner Moura com mais um papel a sua altura

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Saber dosar entre uma realidade cruel com uma pitada de elementos românticos, é assim que pode ser dito inicialmente sobre o mais novo filme da Netflix “Sérgio”, estrelado por Wagner Moura e Ana de Armas e que conta a vida do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em setembro de 2003 após um atentado suicida a sede da ONU em Bagdá, no Iraque.

O filme parte de uma sequência narrativa não-cronológica, que na cinebiografia chega até ser comum em alguns casos, porém podem acabar atrapalhando em alguns. Enriquece para mostrar a dor de Sérgio em seu ápice, porém deixa a desejar ao explicar a sua história de vida como as suas missões e a sua vida pessoal. Compreensível que os criadores do longa tenham optado nesse ritmo por causa do drama da morte do Sérgio (Wagner Moura) na vida real e até por ser mais ‘confortável’ se for comparado por seguir em uma narrativa cronológica normal.

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Agora já o roteiro se aproveita do ponto da morte do diplomata, também é preciso falar que o filme soube explorar bem esse momento e criar um clima de tensão desde o momento do atentado, mesmo nós já sabendo do resultado crucial por se tratar de uma história real. Em outros momentos o roteiro soube dosar bem o drama real com elementos clichês que movem qualquer filme, independente de qualquer gênero.

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O drama da vida de Sérgio, apesar da sequência cronológica, consegue ir a fundo em todo o seu trabalho na ONU durante os seus últimos anos de vida. Por mais que tenham explorado o lado romântico e afetivo com a sua companheira Carolina (Ana de Armas) e de seus filhos, o filme mantem o interesse e o foco principal na história do diplomata. Aliás, focar nesse lado romântico e afetivo pode soar bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por mostrar um Sérgio ligado e preocupado com seus filhos no Rio de Janeiro e por mostrar um homem carinho e preocupado com a sua companheira, ruim porque quebra o clima de guerra entre os países do Timor-Leste e o local em que o Sérgio foi mandado (esse é mais para quem é fã do gênero de guerra).

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Ana de Armas e Wagner Moura – Divulgação/Netflix

Porém mesmo com as cenas, os conflitos não perdem a qualidade e conseguem ser muito bem explicados no longa cada questão. Para quem curte história do Brasil, dos países do Timor-Leste, da ONU, é uma boa dica!

Já nas atuação, impossível não destacar a versatilidade de Wagner Moura, que com certeza terá mais uma atuação para sua galeria de personagens inesquecíveis, que já tem por aí o Capitão Nascimento (de “Tropa de Elite”), Pablo Escobar (da série “Narcos”) e até mesmo o vilão Olavo (da novela “Paraíso Tropical” e que rendeu cenas icônicas ao lado da prostituta Bebel, interpretada por Camila Pitanga). Isso sem falar da representatividade de escolher um brasileiro para interpretar um brasileiro. Wagner consegui impor toda dramaticidade e conhecimento no diplomata para um papel que é a sua altura, o que ao final acaba soando muito bom.

Impossível também não falar da Ana de Armas em sua atuação como a cubana Carolina. Antes de Sérgio, Ana já vinha tido um papel de bastante reconhecimento e destaque no filme “Entre Facas e Segredos”, vencedor do Oscar deste ano de Melhor Roteiro Original e que a Ana interpretou a enfermeira Marta Cabreira (que chegou a render dois prêmios). E no longa da Netflix a atriz consegue conquistar com o papel de Carolina e dosar entre o seu trabalho e o seu amor pelo diplomata. Com certeza será mais um papel importante em sua carreira.

Está ansioso? Pois aguarde, o longa estreia na próxima sexta (17) na Netflix!

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