Ludmilla realizou ontem (13) a palestra “A Braba Sou Eu: A trajetória de Ludmilla da favela ao sucesso internacional” durante a RIO2C, maior evento de criatividade da América Latina. Em conversa com a jornalista Aline Midlej, ela comentou sobre como foi ser uma mulher, preta e LGBT na Indústria da música e como isso afetou sua jornada.
“Tomei muita porrada, aprendi na prática, sem ninguém pra me ensinar, e sigo aberta para aprender. Hoje em dia sou dona da minha carreira, da minha música, da minha vida, mas houve momentos em que me senti perdida, não sabia em quem confiar. Nessa indústria, sendo mulher preta, você tem de fazer dez vezes mais. Levei dez anos para chegar ao palco do Rock in Rio”, disse a artista.
A cantora comentou também pela busca incessante dos artistas por números nos dias atuais e que, na maioria das vezes, isso não termina sucesso. “Com essa loucura de streaming hoje em dia, há uma exigência de estar no topo por parte da indústria, você acaba se cobrando demais. Depois parei para pensar que eu sempre fui uma artista que arrastava multidões nos shows sem nunca estar bombando nos streamings.” dia Ludmilla.
A cantora também fala sobre o seu mais novo álbum, “Vilã”, que não obteve o sucesso que ela esperava. “Acabei de lançar um álbum pop chamado ‘Vilã’, com 15 faixas. Para um artista lançar um álbum leva muito tempo, nós temos muitas inseguranças, eu não estava preparada para lançar o álbum agora. Mas apareceu uma oportunidade de marketing e ficamos tão focados nisso que eu me esqueci dos problemas e decidimos lançar o álbum sem estratégia. O resultado não foi o que a gente esperava, e eu fiquei frustrada. Entendi que preciso mesmo confiar no meu instinto. Dediquei energia, tempo, trabalho, mas não vou deixar morrer, vou dar meu máximo agora para ela virar o que eu queria.”
Durante a coletiva de imprensa no local, Ludmilla revelou com exclusividade que estratégia são essas: “Vou fazer versão ao vivo de quase todas as músicas do álbum “Vilã” e assim… Vai ser foda a estrutura que estou preparando. Esse é o formato, basicamente, que os artistas internacionais usam lá fora quando eles lançam música, eles lançam em ao vivo e aqui a gente não tem costume de fazer. Então eu vou fazer, vai ser uma coisa muito linda, muita grande. Eu to me preparando tecnicamente pra cantar mais ainda ao vivo. Vai ser uma coisa que vai fazer diferença na indústria musical brasileira.”
