Música

Marília Mendonça deixa um legado enorme para a música brasileira

Na última sexta (05) perdemos uma das maiores vozes e compositoras da atual geração, Marília Mendonça, que faleceu aos 26 anos em um desastre aéreo em Caratinga, interior de Minas Gerais.

Quem acompanhou a sua carreira, viu que Marília era uma cantora do povo e que adorava interagir com os seus fãs, seja pessoal ou pelas redes sociais, principalmente o Twitter. A artista sempre falava na rede de forma divertida, alegre e irônica com os seus seguidores. Pessoalmente, a experiência com seus fãs ia além de faze-los ficar aguardando em uma fila para o camarim para uma simples selfie, era de ir visitar quem estava acampando para ver os seus shows e fazer corpo a corpo para divulgar os seus shows, conforme vimos na turnê “Todos os Cantos”.

Aliás, “Todos os Cantos” ficará para sempre como a turnê que unia a cidade. Para quem não lembra, os shows eram anunciados através das redes sociais da cantora ou com um simples carro de som e a cantora falando com os seus fãs e os convidando para assisti-los, cuja as apresentações ficavam sempre lotadas. A última delas, em Belo Horizonte, acabou superando a expectativa de público e chegou a reunir aproximadamente 100 mil pessoas. Isso é mais do que o Rock in Rio e o Lollapalooza conseguem reunir em um dia de festival.

Pensando em suas músicas, a simpática menina de “Infiel” revolucionou a música brasileira nos anos posteriores. Seu nome fez com que abrisse espaço para o feminejo na década passada, que é nada menos do que maior oportunidade das mulheres em um gênero predominantemente masculino. Marília fez seu nome disputar espaço nas rádios comerciais e ser a mulher mais tocada nos streamings com as músicas que traduziam a “sofrência”.

A década de 2010 poderá entrar para a história como a década da “sofrência”, justamente pelos hits da Marília. Quem nunca mandou um aconselho a aquela amiga que era amante com “Amante Não Lar”? Quem nunca teve um amor não correspondido e cantou “Todo Mundo Vai Sofrer”? Isso sem contar de “Infiel”, inspirada na traição do ex-namorado da tia da cantora.

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Outra marca que a “Rainha da Sofrência” deixa em seu legado como união entre os gêneros musicais, indo além do sertanejo. Marília passou pelo funk com Dennis DJ, rap com Xamã, pagode com Péricles, axé com Léo Santana, pop com Anitta e Luísa Sonza, forró com Wesley Safadão e até o alto escalão da MPB, com direito a uma música gravada junto com Gal Costa e a ser citada na música inédita de Caetano Veloso, “Sem Samba Não Dá”, como Maravilha Mendonça.

Marília nos deixa no momento em que estava aguardando há mais de 1 ano: de retornar aos palcos e ficar próximo de seu público. Se durante a pandemia ficamos próximo dela através das lives, em que garantiu 3 milhões de acessos simultâneos no YouTube, agora era a hora de ficarmos juntos nos shows. Para 2022, junto com as suas amigas Maiara & Maraísa, preparavam a turnê do projeto As Patroas, com ingressos quase esgotados nos quatro estados em que iam passar.

As Patroas não seria qualquer turnê, seria a turnê, assim como foi todos os cantos. Seu marketing e a sua produção eram do mesmo nível e produtora dos shows de “Nossa História” de Sandy & Junior, que detém até o momento o título como a turnê de maior arrecadação da história no Brasil. É uma injustiça do destino ficarmos sem ver a Marília em alguma apresentação.

Marília ainda muito nos fazer rir, chorar e ser a mãe carinhosa com Léo, seu filho que ainda irá completar dois anos de idade.

Obrigado Rainha da Sofrência!

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