
A atriz e ativista nativa americana Sacheen Littlefeather, que entrou para a história do cinema após ser vaiada em 1973, quando recusou um Óscar em nome do ator Marlon Brando, faleceu aos 75 anos de idade, cidade de Novato, no norte da Califórnia. A morte foi anunciada no último domingo (2).
Há duas semanas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pediu desculpa publicamente pelo tratamento dado à atriz há quase 50 anos.
Numa mensagem, publicada no Twitter, sobre a morte da atriz, a Academia citou Littlefeather: “Quando eu tiver partido, lembra-te sempre que sempre que ao defenderes a tua verdade, manterás viva a minha voz e as vozes das nossas nações e povos”.
Littlefeather, que era apache e yaqui, foi vaiada na cerimônia da Academia de 1973, a primeira a ser transmitida mundialmente, quando explicou, em nome de Marlon Brando, por qual razão o ator recusava aceitar o Oscar de melhor ator em “O Padrinho”.
Brando tinha pedido a Littlefeather que recusasse o prêmio em seu nome, num protesto contra o tratamento dado pela indústria cinematográfica aos nativos americanos.
“Entrei, como uma mulher orgulhosa, com dignidade, coragem, graça e humildade”, disse Littlefeather, na época.
“Sabia que tinha de dizer a verdade. Algumas pessoas podem aceitá-lo. E algumas pessoas não podem”, acrescentou.
A atriz e ativista contou ainda que teve de impedir o ator John Wayne, popularizado pelos vários papéis de ‘cowboy’ em ‘westerns’, de a agredir fisicamente quando saiu do palco.
Littlefeather, membro do Screen Actors Guild, o primeiro sindicato de atores de cinema fundado em 1933, teve então dificuldade em encontrar trabalho em Hollywood.