Kaô meu velho
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traz os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Sua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e Catimbó
O alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu Exu
De copo no palco
Sandália rasteira
No chão sagrado toda quinta-feira
O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza
Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz, mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir, sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a Baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá… o Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-flor
Terreiro de Laíla meu griô