Cinema

Crítica – ‘Wicked For Good’ acerta em tom emotivo para encerrar a história

Ariana Grande Wicked For Good

Na última quinta (20/11), estreou a continua de Wicked, titulada de “Wicked For Good”, nos cinemas. Para quem é fã da saga, foi o evento mais aguardado do ano.

A trama narra os acontecimentos após a fuga da Elphaba, que no filme está representado de forma espetacular pela xxx. Assim como a Ariana Grande está espetacular na Glinda, que está imersa em privilégios e adoração, preparando-se para dois grandes eventos: a inauguração da Estrada de Tijolos Amarelos e o anúncio de seu noivado com Fiyero (Jonathan Bailey), o novo Capitão da Guarda. Entretanto, a política de Oz não para. Madame Morrible (Michelle Yeoh) manipula a situação ao presentear Glinda com a varinha e a famosa bolha de transporte, uma jogada calculada para convencer o povo de que Elphaba não é a única com poder de voo. O filme constrói um contraste visual marcante entre o glamour natural ao mundo de Glinda e o refúgio sombrio de Elphaba na floresta.

Essa dualidade atinge seu ápice cinematográfico na montagem paralela entre o casamento de Glinda e a missão de Elphaba. O diretor justapõe a decoração impecável do corredor nupcial com os corredores lúgubres onde o Mágico (Jeff Goldblum) esconde animais enjaulados. Enquanto a câmera acompanha a descida deslumbrante de Glinda rumo ao altar, vemos, na sequência, a descida tensa de Elphaba rumo às jaulas. A euforia dos convidados na cerimônia colide visualmente com o terror estampado nos animais confinados em espaços metálicos minúsculos.

Se o filme anterior estabeleceu as posições no tabuleiro — Elphaba como inimiga pública e Glinda como a favorita do sistema —, esta sequência mergulha na densidade psicológica das protagonistas. A obra honra a essência de Wicked

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ao demonstrar, durante suas mais de duas horas, que as definições de bem e mal são muito mais subjetivas do que aparentam.

A complexidade moral se acentua quando vemos Glinda ceder à vilania ao sugerir usar Nessarose (Marissa Bode) como isca para capturar a irmã, embora o remorso surja logo depois. Em contrapartida, acompanhamos uma Elphaba vulnerável e apaixonada que, pela força das circunstâncias, renuncia à sua bondade para vestir a carapuça — e o icônico chapéu — de Bruxa Má do Oeste que a sociedade lhe impôs.

As atuações conferem credibilidade e emoção a esses arcos. Também testemunhamos a evolução sombria dos coadjuvantes: Nessarose se torna uma governante tirânica, enquanto a inocência de Boq (Ethan Slater) dá lugar ao ódio. Esse rancor é palpável na cena em que ele expõe o filhote de leão aos caçadores, lançando um olhar devastador em direção a Glinda, que assiste a tudo do alto de sua torre.

Também não podemos esquecer os números musicais, que estão de arrasar! Incluindo Wonderful e a aguardada “For Good”.

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Fernando Machado
Publisher e criador do site

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