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Vitor Kley fala sobre “As Pequenas Grandes Coisas” em entrevista exclusiva

Vitor Kley começou a carreira ainda muito jovem. Aos 14 anos, ele já sabia o que queria. Segundo ele, isso se deve muito aos seus pais, que sempre lhe passaram a confiança necessária para o progresso.  “Ter tido a oportunidade de começar cedo a tocar, a escrever, de ter tido a criação dos meus pais em casa, que apoiavam eu na música e tudo mais.  Sempre me deixaram livre para seguir esse caminho, né?  Ou qualquer caminho que fosse.  Então, acho que isso faz muito parte do amadurecimento que eu tenho hoje, assim. Tipo, é o que eu quero fazer, é o que eu amo fazer, é o que faz bem para a minha alma”, diz ele.

Vivendo de música desde novo, a pressão no começo não atingia Vitor. “Eu acho que lá quando eu comecei eu não tinha noção de nada, assim. Quando eu tinha ali uns 13, 14 anos. Antes, até quando eu comecei as aulas de música com 10 ali, eu só estava me divertindo mesmo. Eu acho que depois ali que a gente foi para São Paulo, meu irmão, assim, que começou esse lance, tipo, caramba, gravadora, e caramba, cidade grande, fazer música, entende como é que é trabalhar em rádio e tudo mais. Eu acho que foi ali que começou a me dar um start, tipo, caramba, preciso fazer, preciso ter uma mínima grana que seja para poder sobreviver.” Mas foi apenas com o grande sucesso de ” O Sol”, que ele se sentiu pressionado pela fama e pela mídia. “Começa aquela pressão que, bom, vocês já sabem muito bem que é aquela coisa, tu é jogado no mundo. Tua cara tá no mundo, tua música tá no mundo, as pessoas se sentem à vontade para falar o que pensam, o que não pensam até. E aí tu fica meio assustado com aquilo, tipo, caramba, beleza, preciso fazer outra música. O que eu preciso fazer para tá tudo certo? Então acho que vem esse tipo de pressão e depois tu começa a entender que, cara,  simplesmente é tu existir, ser feliz e traçar tua caminhada sem passar por cima de ninguém. Que as coisas vão, o tempo, mais uma vez, sendo precioso, vai aliviando, né. Acho que até uns anos atrás ali, quando eu fiz uns 28 anos, eu lembro que eu percebi que tá tudo bem, sabe? Cara, tá tudo bem, é assim que é. Hoje me vejo super tranquilo para seguir a caminhada na boa.”, completa ele.

O álbum “As Pequenas Grandes Coisas” é o novo trabalho de Vitor, lançado nessa última sexta-feira. O projeto que fura a bolha e mostra o amadurecimento do cantor, que desde novo demonstrava um talento fora do comum. “Todo esse processo de tempo, me traz com muita tranquilidade até aqui.  Acho que o amadurecimento é muito importante para lançar um álbum novo, assim.  Para ter certeza, para não ter deixado, sabe, nenhuma ponta solta, né?  Então eu sou muito grato por ter começado cedo e sou muito grato por estar lançando esse álbum justo agora, com meus 30 anos.” 
 
Produzido pelo cantor, ao lado de Paul Ralphes, Giba Moojen, Marcelo Camelo e Felipe Vassão. É a primeira vez que Vitor assina a produção de um disco. Arquitetada por ele entre São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Portugal, ela é gerida principalmente pela voz e violão do cantor, ponto em comum dos produtores. “A grande sacada disso vem através do grande mestre Paul. Quando eu chamei ele pra ser o diretor e produtor desse álbum, eu falei pra ele toda essa minha vontade de passear por novos lugares, ter diferentes produtores, né? E ele falou assim, ‘beleza, mas a unidade do teu trabalho tem que ser tua voz e teu violão. A gente vai gravar com o mesmo microfone, tu vai tocar os violões e tal e vamos deixar isso bem concreto’.”, diz ele. As músicas foram tomando forma e ganhando arranjos extremamente ricos e diferentes e o toque inconfundivél do cantor. Assim, o álbum parece sempre novo e nada cansativo, embora converse entre si.

As músicas, muito bem compostas, passeiam pela vida do cantor. São um respiro de ar fresco pra quem escuta e se delicia com as composições de Vitor. Com composições ímpares, o álbum se mostra mais que canções de amor. E ainda jovem, um professor já havia percebido o talento de compor nele. “Eu não tinha entendimento, mas a minha mãe, depois, quando eu fiquei mais velho, me contou que o meu primeiro professor de violão e guitarra, professor Kleber, chamou ela pra conversar quando eu me mudei do Rio Grande do Sul pra Santa Catarina e disse que eu não deveria jamais abandonar o instrumento e a composição.”, contou ele. “E mais velho, minha mãe me contou que ela, inclusive, me matriculou na escola de música antes da escola de ensino tradicional aqui em Santa Catarina, porque o professor Kleber disse isso pra ela.  Que eu tinha alguma coisa muito grande ali em composição e que não era pra eu nunca, jamais, abandonar isso.  Então, minha mãe, ela me conta que, quando veio pra Santa Catarina, procurou um professor que me incentivasse a continuar compondo e que estivesse em cima das minhas composições, das minhas canções.”, concluí ele.

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O álbum abre com “Que Seja de Alegria”, que já mostra o violão caracteristico de Vitor e é uma mistura suave entre MPB e funk-RnB-soul. “Eu não consegui imaginar outra música abrindo esse álbum. Tinha que ser ela, sabe? E acho que ela estarta muito bem, com uma potência e com uma mensagem assim, dizendo, chegamos!”, comenta ele. Já em “Vai Ficar Bem”, ele conta sobre o preço do amanhã. Sobre a oportunidade de viver mais um dia. “Uma curiosidade dessa música é que minha grande amiga, que eu admiro tanto, pra mim uma das maiores cantoras desse país, Priscila Alcântara, ouviu essa música quando eu tava fazendo a pré-produção em casa, e ela falou ‘meu Deus, tem como tu me mandar ela só pra eu cantar ela aqui em casa?’ e eu enviei pra ela. Então eu tenho uma demo aqui da Pri cantando”, comenta ele.

Vitor trabalha com Marcelo Camelo em “Tudo de Bom” e “Vai Por Mim” e diz que se declara semanalmente pro produtor e cantor. “O Marcelo Camelo virou um grande amigo, é um cara que eu tenho muito carinho. Eu sinto que eu encontrei a minha galera nesse álbum, né? O Marcelo, a Malu, a Luísa, eles fazem parte disso. Eu vivi momentos incríveis com eles lá em Portugal, eu sou muito grato a ele ter topado fazer parte disso. Pra mim, são duas canções maravilhosas do álbum, com a cara do Marcelo Camelo, mas com a minha cara também e com a cara da nossa amizade que se formou.”, declara o cantor.

Em “Arco Íris” o cantor cita um pote de ouro, que pra ele se resume em algo simples: “uma manhã de céu azul, eu tomando o café da manhã com a minha família, conversando com meu pai lá do alto e pronto pra viver mais um dia cheio de vida, pronto pra ser quem eu nasci pra ser, pronto pra ter coragem pra encarar os desafios, mesmo com tanto de medo e, ao mesmo tempo, com os desafios da vida, encarar todos eles sorrindo e, sei lá, os passarinhos cantando, eu com o pé na grama, assim, sabe? Rodeado das pessoas que eu amo e as pessoas também,  acredito que rodeadas das pessoas que elas amam também. E, sei lá, daí de repente eu ia sair de casa pra viver mais um dia, né? Sendo quem eu sou e, de repente, eu olho pra fora e vejo todo mundo feliz, assim, sabe? Eu acho que esse seria o pote de ouro. Olhar, assim, pra o vizinho tá amarradão ali com a mangueira, né? Lá regando as plantas do jardim e daí passa pelo porteiro, o porteiro, ó, e aí, Vitor, beleza? E aí? E aí, seu João? E aí, Celso? Beleza? Tá todo mundo em harmonia, assim, sabe?”

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