Nos holofotes do Brasil desde a infância, Júnior já passou por diversas fases em sua cerreira. Após o fim da dupla, Sandy e Júnior, com sua irmã, Júnior já se aventurou pelo rock, pela eletrônica, mas parece que é mesmo o POP que faz seu coração bater mais forte. “Por tudo que construí até aqui, sinto uma liberdade muito grande. Apesar de querer fazer um som pop, de me perceber como artista pop, não sinto a menor necessidade de cumprir regras e seguir padrões da indústria”, diz ele.
Com mais de 54 músicas escritas por Júnior desde que o processo do álbum começou, Júnior escolheu apenas dez para compor a primeira parte desse projeto gravado em 2022 no estúdio No Santo Som, em Campinas. Outras onze e mais dois interlúdios entrarão na segunda parte do projeto. “Com estas músicas, eu conto um pouco da minha história. As minhas dores, as minhas alegrias, as frustrações, as barreiras. Claro, com licença poética, me permitindo outras perspectivas, mas sempre baseado no que eu vivi e observei. Estou presente em cada vírgula deste disco. E isso é foda”, conta Júnior.
Com sua filha mais nova, Lara, chegando no meio do projeto, a paternidade influenciou muito em suas composições. “Eu componho muito a partir do meu coração, fico muito conectado com o sentimento do dia, as vezes. Eu não sei separar as coisas então, inevitavelmente, esses sentimentos todos estão envolvidos ali.”, diz o cantor. Júnior fala muito sobre a relação com os filhos, Otto e Lara, e como ambos são grande inspiração para todo o projeto. Para Otto ele compôs “O Dom” e para Lara “Novo Olhar”. Júnior conta que “O Dom” era para ser uma música romântica, mas decidiu falar sobre o amor pelo seu filho no meio do processo.
Júnior trabalha muito com seu pai Xororó nesse disco. O cantor conta que estava muito abalado com a pandemia quando recebeu uma música de seu pai. “Meu pai é ligeiro. Ele sacou que eu tava meio mal e me mandou isso: ‘Ó, filho, fiz aqui com meus parceiros (Tony e Kleber), pensando em você’. Eu falei: ‘Filho da mãe! Ele tá falando do processo que eu vivi na turnê! (com Sandy)”, conta ele.
Junior assina a produção de todas as faixas do álbum junto com Felipe Vassão (de elogiados trabalhos de Emicida) e Lucs Romero. Ele não conhecia Vassão pessoalmente, mas os dois entraram em sintonia desde o primeiro almoço. “O cara curtiu todas as faixas que eu mostrei, não queria jogar nada fora. É mais louco que eu”, brinca Junior. Vassão indicou Romero, que já tinha chamado a atenção de Junior pelo trabalho com o Fresno. E a identificação foi imediata, a partir da paixão mútua pelo software de produção Ableton. “A gente se encontrou bem demais no processo. Todo mundo sabe trabalhar em equipe. Sem ego, sem julgamento. Sempre a favor do som, em prol da música”, diz Júnior.