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Dia do Orgulho LGBTQIA+: Avanço dos personagens LGBTs nas novelas

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Nesta segunda (28) é comemorado o dia do orgulho LGBTQIA+, em referência a Rebelião de Stonewall, em que homossexuais, transexuais e drag queens protestaram contra as ações violentas de policiais de Nova York, que queriam fechar o bar Stonewall, onde eles se reuniam.

Na última década vemos um grande avanço da causa em comparação a década de 2000. Na mídia, principalmente nas novelas, isso acabou se tornando um reflexo. O que até então vinha sendo tratado como algo cômico, os anos 2010 mostraram um retrato mais sério.

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A prova disso começa em 2010 com “Ti Ti Ti”, atualmente em reprise no “Vale a Pena Ver de Novo”. Apesar da novela ainda ter uma brincadeiras que hoje são vistas como desserviço e que foram cortadas da reprise, a trama conseguiu retratar bem a representação com Julinho (André Arteche) e Thalles (Armando Babaioff), que fugiram do estereótipo cômico que até então vinha sendo retratado no horário das 19h.

Porém, em 2011, a sucessora da história de Maria Adelaide Amaral, que é a “Morde & Assopra” apostou em colocar personagens LGTBs em núcleos cômicos, como o Élcio (Otaviano Costa), em que se veste de travesti com o nome de Elaine para fugir de polícia e nisso acaba despertando as paixões do Sargento Xavier (Anderson Di Rizzi) e Dr. Eliseu (Paulo Goulart). Pela forma em que foi retratada, hoje soaria como algo preconceituoso. É válido pensar que de 2014 para trás, no horário das 19h sempre tinha uma travesti para o núcleo cômico.

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Foi nesse ano de 2011 que os LGBTs em novelas passaram a ser tratados de forma mais séria. Um exemplo disso está em “Amor & Revolução”, no qual teve o primeiro beijo lésbico em uma telenovela brasileira, mais precisamente no dia 12 de maio entre as personagens Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Gisele Tigre). A cena mostrou um beijo até longo para os padrões da época, do qual foi bem aceito pelos telespectadores. Ia ter até um segundo beijo entre o casal, no qual chegou a ser escrito e até ser dito pela Luciana, porém, o SBT, mesmo ainda longa de ser o que é hoje, acabou optando por corta-lo.

Em fala ao OA, o autor da trama, Tiago Santiago, disse que também estava previsto uma cena de beijo entre  Jeová (Lui Mendes) e Chico (Carlos Artur Thiré), no qual chegou a ser gravado. Porém, acabou não indo ao ar por um outro veto.

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2011 foi um ano tão amplo que até (pasmem) havia uma personagem transexual em uma novela da Record. Foi em “Vidas em Jogo”, coma Augusta (Denise Del Vecchio).

Três anos depois, em 2014, aconteceu o primeiro gay entre homens em uma novela, que foi na novela “Amor à Vida” entre o vilão Félix (Mateus Solano) e Nico (Thiago Fragoso). Naquela ocasião, o público torceu pelo beijo e aceitaram os personagens.

Ainda em 2014, tivemos o primeiro beijo lésbico em uma novela da Globo, em “Em Família”, entre as personagens Clara e Marina. Apesar da baixa audiência da última trama de Manoel Carlos, o casal teve uma grande repercussão.

Na novela seguinte da faixa das 21h, “Império” tivemos quatro personagens LGBTs: o Téo Pereira (Paulo Betti), Xaná (Ailton Graça) que era crossdresser, Etevaldo (André Gonçalves) e os amantes Cláudio (José Mayer) e Leonardo (Klebber Toledo). O casal, que teve direito a beijo, não foi muito bem aceito na época. O autor Aguinaldo Silva chegou a falar que quando eles apareciam, a audiência abaixa, enquanto com o Comendador (Alexandre Nero) disparava.

No ano seguinte, na mesma faixa, tivemos a conturbada “Babilônia”, que foi boicotada por conta do beijo entre Natália Timberg e Fernanda Montenegro. Isso fez com que a trama inúmeras alterações, como o do personagem Carlos Alberto (Marcos Pasquim), que “virou hétero” após uma pesquisa entre os telespectadores apontarem que não aceitariam o ator interpretando um personagem gay.

Porém, essa fase de rejeição em 2015 passou longe de 2017, no qual os telespectadores aceitaram e engajaram com a descoberta da Ivana (Carol Duarte) como homem trans.

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