Crítica

Crítica- “The Batman” volta mais maquiavélico do que nunca

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O mais novo filme do Batman, dirigido por Matt Reeves e interpretado por nada mais nada menos que Robert Pattinson, o ator que recebeu o prêmio Framboesa de Ouro por Crepúsculo: O Amanhecer parte 2, conhecido como uma premiação as avessas do Oscar por premiar os piores filmes. “The Batman” vem sido descutido nas redes sociais, onde os fãs da DC Comics questionam se realmente Pattinson seria adequado para o papel, porém após ver o filme tenho certeza que ele foi sim, a melhor escolha.

Fazendo parte do elenco temos Zoe Kravity (filha de Lenny Kravitz), Paul Dano, Colin Farrel, Jeffrey Wright, Andy Serkis e John Turturro. O elenco desse filme é um dos elementos a serem destacados, por terem sido muito bem selecionados, principalmente a escolha de Robert Pattinson como o Batman. A má escolha dos atores para interpretar esse super herói nos anos anteriores foi um dos fatores para deixarem os fãs preocupados com a escolha de Pattinson, após elegerem Ben Afleck para o papel em 2016, porém a performance de Pattinson neste loga é de longe a sua melhor em anos, podendo se igualar a de Christian Bale.

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Esta trama segue o segundo ano de Bruce Wayne como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos, levando-o para as sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados de confiança Alfred Pennyworth e o tenente James Gordon entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes da cidade, o vigilante solitário se estabeleceu como a única personificação da vingança entre seus concidadãos. Mas em uma de suas investigações, Bruce acaba envolvendo o Comissário Gordon e ele mesmo em um jogo de gato e rato ao investigar uma série de maquinações sádicas, uma trilha de pistas enigmáticas, revelando que Charada estava por trás disso tudo. Porém, a investigação acaba o levando a descobrir uma onda de corrupção que envolve o nome de sua família, pondo em risco sua própria integridade e as memórias que tinha sobre seu pai, Thomas Wayne. Conforme as evidências começam a chegar mais perto de casa e a escala dos planos do perpetrador se torna clara, Batman deve forjar novos relacionamentos, desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham City.

O longa de Matt Reeves começa parafraseando Taxi Driver, o filme americano mais famoso por transitar perigosamente na linha fina entre o reacionarismo, impondo uma moldura ideológica para o filme e o definindo perfeitamente até o desfecho, quase três horas depois.

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Com o Batman reclamando em off no estado de Gotham City, à noite em sua moto, ele fala “uma chuva de verdade para lavar embora toda a escória das ruas”. Definindo muito bem, na verdade nunca visto antes neste nível, o estilo noir investigativo, trazendo mais obscuridade e o elemento macabro para o filme e seu elenco. O vilão principal interpretado por Paul Dano, parece reencenar O Charada num suspense de serial killer, como “O Silêncio dos Inocentes”, surgindo com elementos do neofacismo e cenas hediondas.

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Um dos elementos chave que todo noir preza é envolver segredos do passado em suas tramas. Reeves escancara neste filme a reviravolta mental da consciência política de Bruce Wayne ao descobrir segredos do passado de sua família que colocam a integridade de sua falecida família na lama, assim como qualquer memória boa deles.

Pórem Reeves não esta sendo inovador na escolha deste gênero, já que Nolan também o usou em “O Cavaleiro das Trevas”. Ambos filmes possuem tropos de um ou dois gêneros “adultos” para tornar a trama mais impactante e séria numa narrativa de universo fantasioso. Por isso Nolan ganhou a fama de transcender o gênero das adaptações de quadrinhos ao enquadrar Batman como um filme policial. O único erro é recorrer a uma rotina excessiva de reviravoltas para recompensar. As trocas expositivas entre o detetive Gordon e Batman tornam a investigação menos empolgante no meio do filme do que parece ser.

Entretanto, as cenas de ação e combate recorrente no filme deixam tudo mais prazeroso, assim como o elemneto macabro do olhar misterioso de Pattinson através de Batman. Podemos ver mais de Batman do que Bruce Wayne, seu recado político não deixa a escapar. Algo interessante a ser visto no filme é a troca de olhares e pulsões de Batman com O Charada. Perspectivas e comportamentos que o personagem adere ao logo do filme que são espelhados entre o vilão e o herói e vice versa.

Não podendo desprezar a perfomance de Zoe Kravitz como a Mulher-Gato, pois ela é a manifestação de um jogo sensual de desvelamento que Reeves propõe ao espectador. Assim como0 elemntos do sadomasoquismo e o clássico voyerismo. A relação entre Batman e a Mulher-Gato se materializa na cena de infiltração do clube, que é quando eles trocam olhares. O voyerismo se completa no constate ranger do couro e qundo Batman sufoca a Mulher-Gato contra a parede se torna difícil para o espectador nao se sentir, ele mesmo, um penetra.

“The Batman” pode não ser um noir decente do ponto de vista das reviravoltas mas é, sim, um noir oportuno para reabilitar as forças internas do sentido proibido, da violência, no voyerismo, na pulsão do sexo em um gênero limpo como o dos super-heróis no século XXI.

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SaraFreitas
Apaixonada por cinema!

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